25 de outubro de 2007

Projeto Lego - Introdução

Passarei a publicar algumas das minhas idéias acerca da gestão do conhecimento jurídico de um gabinete de trabalho. Nomeio de Projeto Lego o conjunto dessas idéias, por terem se inspirado no jogo de montar com múltiplas e sempre crescente número de peças, com as quais se pode realizar qualquer coisa que imaginamos: seja a montagem de um objeto, seja a alteração de um objeto já existente.

O Projeto Lego tem como objetivo transformar o método de trabalho de assessoria jurídica aos magistrados e do próprio magistrado. Transmudar as técnicas utilizadas de molares para moleculares.

Segundo Pierre Lévy no seu Inteligência Coletiva, por uma antropologia do ciberespaço, p. 48 (da 4ª edição da Loyola) e em tantas outras passagens do livro, as tecnologias molares se diferenciam das moleculares pelo seguinte, in verbis:

Em oposição às tecnologias "molares", que consideram as coisas no atacado, em massa, às cegas, de maneira entrópica, as tecnologias "moleculares" abordam de maneira bem precisa os objetos e os processos que elas controlam. Afastam-se da massificação. (...) as técnicas moleculares reduzem os desperdícios e as rejeições ao mínimo. (...)”.

Para quem lida em ou com gabinetes de magistrados é imediata a compreensão que esses locais de trabalho moldam as decisões judiciais que produzem se valendo de técnicas molares. São os famosos modelões, decisões em que os casos concretos têm de se encaixar. Ao passo que o contrário é que seria o desejável.

As tecnologias moleculares, por suas características e natureza, são as que, no meu sentir, melhor atenderiam à Economia Judiciária. Pois elas respeitam as singularidades e particularidades de cada caso concreto.

No projeto, os legos seriam micro precedentes ou novas construções constituídos de uma única quaestio juris, que modulariam os modelões com a vantagem de se submeterem às feições do caso concreto.

O projeto se divide em cinco grandes partes:

  1. Captação de legos na massa de informação gerada pelos gabinetes;
  2. Criação de legos para novas situações;
  3. Estruturação desses legos em uma taxonomia (classificação);
  4. Filosofia de modus operandi;
  5. Sugestões de uso e
  6. Plataforma do Projeto Lego

Todas as quatro fases se interpõem e com, à exceção da primeira, se manterão em uma evolução contínua.

No próximo escrito, falarei da captação de legos na massa de informação gerada pelos gabinetes. Até .

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Renato!
Ontem, eu ia comentar a economia judiciária, mas acabou não dando tempo. Que sorte! Ao entrar hoje para escrever minhas considerações sobre o texto, deparei-me com seu Projeto Lego. Muito legal! Vou acompanhar os próximos posts, pois achei o tema, além de bastante original, algo sobre o qual realmente vale a pena pensarmos.
Quanto às outras matérias do blog, só tenho a parabenizá-lo. Estão todas muito legais. Mas a melhor, para mim, ainda é o Projeto Lego.

 
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